segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Histórias do Norte - Parte Indefinida

  Nascer, crescer e viver nessas terras é saber que aqui tomamos tudo que é nosso ou achamos que deveria ser, e foi assim que meu irmão se tornou nosso líder, ele simplesmente matou o antigo e ficou em seu lugar. Eu sou Horst Fergunson, irmão do grande líder Galdrar Fergunson e seu braço direito em reinado.
  Existem alguns motivos pelo qual sou seu braço direito, um deles é que sou o guerreiro mais forte de todo o Norte e outro é que não ambiciono seu lugar e portanto ele pode fechar os olhos enquanto estou por perto sem medo de perder a cabeça, parece engraçado, colocando dessa maneira, mas por aqui, mesmo o seu irmão pode matar você enquanto dorme segundo a lei do "tome o que é seu", e isso faz parecer bem menos glamouroso o lugar no trono. 
  Falar sobre mim é entender que mesmo sendo o maior guerreiro escolhi morar num abrigo simples ao final da vila, diferente da minha irmã Andara que vive ao lado de Galdrar em um lugar um pouco mais luxuoso, que aqui nas nossas terras também não significa nada além de mais quente e com uma comida melhor, como todos dessa região nós saqueamos e pilhamos pra sobreviver, afinal pouco cresce nesses solos além da fome. Passei toda minha vida treinando para ser o mais forte, o mais rápido e o mais letal, para no fim das contas acabar com uma mulher pequena reclamando o tempo todo sem poder arrancar a sua garganta...

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Histórias do Norte - Parte 7

- Então... - ele pigarreou. - ...que tal a comida?
- Por que deixou eles me trazerem se isso não faz diferença pra você? - Perguntei acordando de minhas lembranças e ignorando sua tentativa de simpatia.
- Coisa do meu irmão, na verdade você seria uma refém para passagem segura, mas ele acha que eu devia me unir a alguém de sangue real, ou qualquer coisa assim...
- E o que você pensa sobre isso?
- Sinceramente? Nada, nunca pensei a respeito, mas agora você está aqui.
- Sacerdotisas não casam...
Ele deu de ombros terminando sua comida e levantando-se, ajeitou as armas, pegou um casaco mais grosso e o pôs sobre as costas.
- Não vou fazer nada com você que não seja de sua vontade, apesar de sermos assassinos e todo o tipo de coisa que se passa na sua cabeça, eu tenho minha própria maneira de viver minha vida e minhas próprias convicções. - Disse por fim, batendo a porta ao sair.
Apertei os dentes e, furiosa, empurrei tudo que estava na mesa ao chão, indo embora para outro cômodo, no entanto, queria era ir embora deste lugar.